quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Aquilino para intelectuais.

Nunca como hoje me causou tanta repulsa a propensao para o cinismo enciclopédico que têm os jornalistas e ilustres emissores de opiniao em Portugal. A propósito da transladaçao dos restos mortais de Aquilino Ribeiro para o Panteao Nacional muita nota, artigo e notícia foi publicada. Em todas se referiam obras emblemáticas do escritor, mas nenhuma se referia ao clássico Romance da Raposa. E eu pergunto porquê? Talvez, tocados por um secular provincianismo, esses senhores se sentissem incomodados ao citar uma obra cujo alvo principal sao as crianças. Citar um conto infantil juntamente com obras de solene título como "O Jardim das Tormentas", ou "As Três Mulheres de Sansao", poderia beliscar a imagem que tanto esforço lhes custa cultivar de intelectuais aborrecidos num país atrasado. Fosse o autor um estrangeiro, talvez um Hans Christian, já a cantiga mudava o tom. Na minha memória, Aquilino permanecerá o narrador de uma certa realidade rural, o Aquilino dos regionalismos (às vezes crípticos), o Aquilino d`"O Malhadinhas", o Aquilino da Salta-Pocinhas.
Nota Para Pulido Ler:
Nao discuto a subjectividade dos gostos. No entanto, o dia em que Vasco Pulido Valente escrever algo de positivo relativamente a uma pessoa ou a um assunto que sejam considerados motivo de júbilo pelos demais habitantes do planeta , será efusivamente comemorado com milhares de litros de Raposeira e constituirá efeméride a assinalar em ediçoes futuras d'A Minha Agenda.
Larga a pata.

Afinal, apeteceu-me dizer algo mais...


Pronto. Está bem. Nao sou um tipo coerente, nem tenho problemas em contradizer as mais férreas e dramáticas decisoes pessoais. Cócó para elas.

Hoje apeteceu-me beber um pouco de sidra, na companhia de Arlette, antiga companheira de chinquilho, nessas já longíquas tardes estivais passadas na Costa da Caparica. Receio que tenha bebido demais.